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Confira como está a taxa Selic em abril de 2025

Texto: Vinícius Veloso

Após reunião do Copom, realizada no dia 19 de março, taxa Selic foi elevada para 14,25% ao ano

Setas na frente de moedas indicando a variação da taxa selic hoje, em abril de 2025.Expectativa do mercado é de que a Selic chegue em 15% ao ano até o final de 2025

01/04/2025 | 09:00 — A taxa Selic em abril de 2025 está em 14,25% ao ano — número definido pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em reunião realizada no último dia 19 de março. Na ocasião, a deliberação dos diretores da entidade em elevá-la em 1 ponto percentual foi unânime.

Em junho de 2023, o Copom havia iniciado uma série de seis cortes consecutivos na Selic — movimento interrompido em maio de 2024, quando a entidade não modificou a taxa e repetiu a decisão nos próximos outros dois encontros (junho e julho). Porém, em setembro daquele ano, o Comitê entendeu que era o momento de elevá-la para conter o crescimento nas expectativas de inflação. Já em novembro e dezembro, o Banco Central acelerou o ritmo de alta. Agora, em março de 2025, a Selic atingiu o seu maior patamar desde 2016.

No comunicado divulgado após o encontro mais recente, o Copom destaca que “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”. O órgão alertou, ainda, que existe o risco de que a inflação de serviços continue alta e informou que continuará a monitorar a política econômica do governo.

"O comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes", continua o texto.

O mercado projeta que a Selic chegue ao nível de 15% em 2025. Caso a previsão se confirme, esse será o maior patamar alcançado pelos juros em quase 20 anos. De acordo com o Relatório Focus do Banco Central, divulgado em 17 de março, a taxa estará em 15% no final de 2025. Para os próximos anos, a estimativa é que a Selic seja de 12,50% em 2026, de 10,50% em 2027 e de 10% em 2028.

Sobre o cenário internacional, o Comitê analisa que o ambiente permanece de incerteza — principalmente pela política comercial dos Estados Unidos, que suscita dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Banco Central norte-americano).

No mesmo dia em que a Selic subiu mais um ponto, o Federal Reserve resolveu manter os juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

Com a Selic em 14,25% ao ano, atualmente o Brasil tem a quarta posição no ranking de nações com as maiores taxas de juros do mundo, de acordo com o relatório da MoneYou. O país está atrás de Turquia, Argentina e Rússia.

Confira os cinco primeiros do ranking de juros reais:

  • Turquia — 11,9%
  • Argentina — 9,35%
  • Rússia — 8,91%
  • Brasil — 8,79%
  • Indonésia — 6,48%

Variações recentes da taxa Selic

Data da reunião do CopomTaxa Selic (a.a.)
Março de 202514,25%
Janeiro de 202513,25%
Dezembro de 202412,25%
Novembro de 202411,25%
Setembro de 202410,75%
Julho de 202410,50%
Junho de 202410,50%
Maio de 202410,50%
Março de 202410,75%
Janeiro de 202411,25%
Dezembro de 202311,75%
Novembro de 202312,25%
Setembro de 202312,75%
Agosto de 202313,25%
Junho de 202313,65%


Gráfico demonstrando a variação da taxa Selic nos últimos 18 meses.

Como a Selic impacta na construção civil

A Selic tem impacto direto sobre o mercado da construção civil. Sua principal influência ocorre sobre os financiamentos imobiliários, empréstimos captados por construtoras e preços dos insumos usados nos canteiros de obras. Quando a taxa permanece alta por bastante tempo, os custos dessas variáveis também tendem a subir e interferem no crescimento do setor.

As variações da Selic merecem atenção especial na construção, pois os contratos costumam ser mais longos. Quando está muito alta, por exemplo, os financiamentos imobiliários tendem a diminuir — resultando em um aumento do estoque de imóveis. Por consequência, são menos projetos lançados e menor atividade nos canteiros (com a geração de empregos reduzida).

Com isso, sempre que ocorrem movimentos de redução na Selic, o clima de otimismo e confiança cresce entre os empresários da construção civil. Afinal, quando a taxa é menor, cria-se um cenário de valorização dos imóveis e de aumento na demanda por novas unidades.

O que é a taxa Selic?

Sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a Selic é a taxa básica de juros do Brasil — usada para balizar as operações de crédito no país. Além de influenciar nas captações de empréstimos e financiamentos, também é usada para controlar a inflação. Com impacto direto no cotidiano da população, é redefinida pelo Banco Central a cada 45 dias.

Em 2025, as reuniões do Copom estão agendadas para:

  • 28 e 29 de janeiro
  • 18 e 19 de março
  • 6 e 7 de maio
  • 17 e 18 de junho
  • 29 e 30 de julho
  • 16 e 17 de setembro
  • 4 e 5 de novembro
  • 9 e 10 de dezembro
Moedas empilhadas sobre uma mesaA Selic baliza as operações de crédito no país

Para calculá-la, o Comitê de Política Monetária do Banco Central analisa diferentes indicadores financeiros. Quando ela é reduzida, o crédito fica mais fácil e a inflação tende a cair. Por outro lado, quando o Banco Central opta por elevá-la, o oposto acontece: com os juros do crédito mais altos e os preços com tendência de redução ou estabilidade (consequência do controle da inflação).

Vale destacar que as mudanças na taxa Selic demoram entre seis e 18 meses para ter um impacto pleno na economia do país.

A taxa Selic ainda serve para balizar os valores pagos pelos títulos públicos e determinar o rendimento do dinheiro investido em diferentes carteiras.

A Selic foi criada em 1979, pelo Banco Central e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) — atualmente Anbima. Sua concepção visava agilizar e disciplinar a venda e a compra de títulos públicos.

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